quinta-feira, 5 de março de 2009

O carnaval acabou e o ano começou!!!

Depois de passada a folia de Momo, agora consigo voltar para minha rotina e dedicar o pouco tempo que me resta à coisas que me distraem, entre elas este blog.

E para recomeçar, gostaria de postar um crônica de minha querida Martha Medeiros.

Boa leitura.

Uma notinha instigante na Zero Hora de 30/09: foi realizado em Madri oPrimeiro Congresso Internacional da Felicidade, e a conclusão dos congressistas foi que a felicidade só é alcançada depois dos 35 anos. Quem participou desse encontro? Psicólogos, sociólogos, artistas de circo? Não sei. Mas gostei do resultado. A maioria das pessoas, quando são questionadas sobre o assunto, dizem: "Não existe felicidade, existem apenas momentos felizes".

É o que eu pensava quando habitava a caverna dos 17 anos, para onde não voltaria nem puxada pelos cabelos. Era angústia, solidão, impasses e incertezas pra tudo quantoera lado, minimizados por um garden party de vez em quando, um campeonatode tênis, um feriadão em Garopaba. Os tais momentos felizes.

Adolescente é buzinado dia e noite: tem que estudar para o vestibular,aprender inglês, usar camisinha, dizer não às drogas, não beber quando dirigir, dar satisfação aos pais, ler livros que não quer e administrardezenas de paixões fulminantes e rompimentos. Não tem grana para ter o próprio canto, costuma deprimir-se de segunda a sexta e só se diverte aossábados, em locais onde sempre tem fila. É o apocalipse. Felicidade, onde está você?

Aqui, na casa dos 30 e sua vizinhança. Está certo que surgem umas ruguinhas, umas mechas brancas e a barrigasalienta-se, mas é um preço justo para o que se ganha em troca. Pense bem: depois dos 30, você paga do próprio bolso o que come e o que veste. Vira-seno inglês, no francês, no italiano e no iídiche, e ai de quem rir do seusotaque. Não tenta mais o suicídio quando um amor não dá certo, enjoou docheiro da maconha, apaixonou-se por literatura, trocou sua mochila por uma Samsonite e não precisa da autorização de ninguém para assistir ao canal da Playboy.

Talvez não tenha se tornado o bam-bam-bam que sonhou um dia, mas reconhece o rosto que vê no espelho, sabe de quem se trata e simpatiza como cara. Depois que cumprimos as missões impostas no berço — ter uma profissão,casar e procriar — passamos a ser livres, a escrever nossa própria história, a valorizar nossas qualidades e ter um certo carinho por nossosdefeitos. Somos os titulares de nossas decisões. A juventude faz bem para apele, mas nunca salvou ninguém de ser careta. A maturidade, sim, permite uma certa loucura.


Eu concordo em gênero, número e grau com minha querida cronista: estou, a cada dia que passa, me sentindo cada vez melhor!!!

BJS