A nossa imprensa televisiva ainda me surpreende. A cobertura do desfecho do seqüestro da adolescente Eloá pelo seu ex-namorado Lindemberg na última sexta feira tornou-se comoção nacional.
De forma sensacionalista, sempre, todas as emissora fizeram cobertura extensiva e não houve nada que tirasse espaço deste assunto. Nem campeonato brasileiro, nem debate dos candidatos para o segundo turno das eleições e nem mesmo a morte de um grande empresário de maneira tão estúpida e brutal quanto a de Eloá.
Ontem pela manhã, meu marido e eu, tomando nosso café antes de ir para o trabalho, tentávamos ver jornal. Todos falavam de Eloá, desde o seqüestro até a doação de seus órgãos. A moça que recebeu seu coração abriu o principal jornal da principal emissora do país. As concorrentes não ficaram atrás. Todoas falando do mesmo assunto. Fomos para a TV paga e nos deparamos com a mesma situação. Impressionante!
Claro que considero o caso uma tragédia, mas de cunho particular. O velório da até então desconhecida Eloá contou com cerca de 10.000 pessoas!!! Que sociedade é essa que se comporta assim? Será que teremos também adesivos do tipo: "Enterro da Eloá, eu fui!"??? Tudo se transforma em espetáculo!! Critico a quem produz e a quem assiste. Eu não aceito isso: desligo a tv.
Essas mesmas emissoras que elegem casos para serem transformados em espetáculos disfarçam sua atuação, tentando parecer sérias, e colocam no ar psicólogos analisando o fato. E não é que eles explicam o quanto isso pode fazer mais vitimas, no sentido de dar notoriedade à pessoas por conta de péssimas atitudes.
Já havia acontecido com o caso da menina Isabela Nardoni e se repete agora: é o próprio contra-senso.
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