Assim que saímos de Hamlet, meu marido, extasiado com a peça, comentou:
_ Foi a melhor peça da minha vida!
Adorei o comentário. Fiquei feliz por vê-lo feliz! Concordei na hora, a peça realmente é foda, mas sabia que não era a peça da minha vida.
E fiquei pensando em qual havia sido, até agora claro, a peça da minha vida.
E no dia seguinte ela veio: “Não sobre o amor” de Felipe Hirsch. Cenário de Daniela Thomas. Com Leonardo Medeiros e Arieta Corrêa.
O texto, feito por Hirsch, trata da troca de correspondência entre Victor Shklovsky, importante teórico do formalismo russo, e a romancista franco-russa Elsa Triolet.
Ali, os dois literários falam sobre sua relação amorosa, o exílio de Shklovsky, suas memórias e o ato de criação literária. Tudo envolto em uma aura muito delicada e precisa, evitando expor seus sentimentos já que eram amantes. As frases mais marcantes eram projetadas nas paredes, dando um efeito muito legal.
Algumas frases que me marcaram:
“Todas as palavras boas estão pálidas de exaustão. Flores, lua, olhos, lábios. Eu gostaria de escrever como se a literatura nunca tivesse existido. Eu não consigo; a ironia devora as palavras.” Victor.
“Pare de escrever o quanto, o quanto, o quanto, o quanto, o quanto você me ama, pois no terceiro quanto já estou pensando em outra coisa” De Elsa para Victor
“Um estrangeiro é aquele cujo amor está em outro lugar”. Victor sobre seu exílio.
O que mais me arrasou ao escrever esta mensagem foi que as frases acima foram pinçadas na internet. Perdi o arquivo que havia anotado além dessas, outras frases maravilhosas, mas que a minha memória não se recorda.
Vou procurar pela casa toda. E quando achar postarei a minha predileta.
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